skip to Main Content

Fragmentação política e mídias sociais

Por Deivison Santos*

A investigação de Heiberger e colegas (2021), “Do Not Blame the Media! The Role of Politicians and Parties in Fragmenting Online Political Debate”, busca compreender a importância relativa dos media e dos atores políticos na fragmentação do debate político no Twitter durante as eleições nacionais de 2017 em três países europeus: França, Reino Unido e Alemanha. A questão de pesquisa central do estudo é a seguinte: Como os media, os políticos e os partidos políticos contribuem para a fragmentação do debate eleitoral nas mídias sociais?

A relevância do trabalho dos autores se encontra em uma série de questões. Por exemplo, um ambiente midiático mais fragmentado pode favorecer uma realidade política polarizada, onde diversos agentes se localizam em polos extremos e, assim, disputam o poder – a excessiva polarização política, diga-se, pode conduzir a um enfrentamento hostil entre as partes, no qual os parâmetros democráticos nem sempre são obedecidos.

Outro fator que evidencia a importância da pesquisa em tela diz respeito à melhor compreensão do ambiente informacional do século XXI, caracterizado pela participação de uma pluralidade de atores, sobretudo através das redes sociais digitais. Ao entender a contribuição que tanto agentes e instituições políticas quanto atores midiáticos oferecem à fragmentação do debate eleitoral, Heiberger e colegas (2021) permitem um entendimento mais aprofundado sobre um aspecto que vem marcando o contexto atual de diversas democracias pelo mundo: a polarização política e o papel das mídias sociais e dos atores políticos nesse processo.

Dentre as principais conclusões, destacam-se os fatos de que 1) os media são os atores mais importantes para a formulação de um espaço público comum para discussão no Twitter; 2) há diferenças no grau de fragmentação entre os países, tendo a Alemanha apresentado taxas maiores; e 3) os atores políticos, com variações entre os países, são os que mais contribuem para a fragmentação. Por fim, os pesquisadores encerram o estudo incentivando futuras pesquisas que analisem mais países e plataformas digitais.

REFERÊNCIA

Heiberger, R.; Majó-Vázquez, S.; Herrero, L. C.; Nielsen, R. K.; Esser, F. (2021). Do Not Blame the Media! The Role of Politicians and Parties in Fragmenting Online Political Debate. The International Journal of Press/Politics, 1-32.

* Graduado em Ciências Sociais, com habilitação em Ciência Política, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFPR. Membro do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Política e Tecnologia (PONTE/UFPR) e do Grupo de Pesquisa Discurso, Comunicação e Democracia (DISCORD/UTFPR). Bolsista Capes.

As opiniões expressas pela(o)s autora(e)s pertencem a ela(e)s e não refletem necessariamente a opinião do Grupo de Pesquisa e nem de seus integrantes.

Back To Top
Search